Comprada por português em Marrocos e seduzida nas redes sociais: o calvário de duas vítimas de tráfico
Anisha foi comprada em Marrocos por português e Rómi seduzida nas redes sociais por grupo criminoso do Leste. Vítimas de tráfico de seres humanos fugiram e estão a ser apoiadas por equipa especializada.
Corpo do artigo
Anisha tinha 25 anos e morava em Marrocos quando foi comprada por um sexagenário português de férias naquele país do Norte de África. Já em Leiria, foi agredida, transformada em escrava doméstica e deu à luz três crianças sem nunca ter ido ao médico. O seu caso é um dos que, na sexta-feira, vão ser revelados no seminário “Quebrar silêncios: 10 anos de trabalho em rede no apoio a vítimas de tráfico de seres humanos”, em Coimbra.
Outra das situações descritas no seminário, promovido pela Rede Regional do Centro de Apoio e Proteção a Vítimas de tráfico de seres humanos (TSH), presidida pela Associação para o Planeamento da Família (APF), será a de Rómi, uma jovem da Europa do Leste recrutada por uma rede de prostituição e que, juntamente com a irmã, foi forçada a vender o corpo nas ruas da Figueira da Foz. Tal como Anisha, o nome Rómi é falso, porque esta vítima de tráfico de seres humanos ainda receia represálias por parte de quem a explorou sexualmente sem escrúpulos.