A Comunidade Israelita do Porto (CIP) apresentou uma queixa na Procuradoria Europeia, denunciando o que diz ser "um caso de impensável antissemitismo de estilo soviético" e referindo que o anterior Governo "acelerou" o pedido de naturalização de Roman Abramovich.
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A queixa, escrita em inglês e com 131 páginas, fala numa conspiração antissemita, que terá começado no ano passado, quando veio a público a naturalização de Roman Abramovich, num processo que demorou seis meses e que gerou grande polémica.
No documento, citado pelo Expresso e pelo Público, intitulado "A primeira grande conspiração antissemita do século XXI", a CIP refere que o Governo acelerou o processo de naturalização de Abramovich, considerando-o "um caso de interesse público", o que já foi desmentido pelo gabinete do primeiro-ministro.
A Comunidade Israelita do Porto fala em denúncias feitas por "malfeitores, conspiradores e agentes do Estado", que tinham como objetivo perseguir a CIP e Patrick Drahi, dono da Altice e com naturalidade portuguesa desde 2016.
Na queixa são acusados diversos políticos portugueses, de Augusto Santos Silva a Constança Urbano de Sousa (ex-ministra da Administração Interna), passando pela ex-ministra da Justiça, Francisca van Dunem, e três órgãos de Comunicação Social (Expresso, Público e RTP), que são tidos como "agentes da conspiração" e "flagrantes antissemitas".
Nem a Polícia Judiciária escapa , sendo posta em causa a sua atuação durante a Operação Porta Aberta (que investigou crimes de corrupção, falsificação de documentos, branqueamento, fraude fiscal e tráfico de influências relativos a processos de naturalização). "Houve roubos noturnos a escritórios de advogados e casas particulares", refere a CIP.