O Tribunal de Coimbra condenou esta terça-feira um ex-bancário, de 29 anos, a cinco anos de pena de prisão suspensa, por se ter apoderado de 252 mil euros de clientes do Montepio, dinheiro que usava para apostas 'online'.
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O coletivo de juízes deu como provados todos os factos constantes da acusação, em que o Ministério Público referia que o arguido, atualmente a viver na Suíça, apoderou-se de dinheiro de contas de diversos clientes da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), num total de 252 mil euros, que usou para alimentar a sua dependência em apostas 'online'.
O jovem, natural de Santa Comba Dão, era acusado de falsidade informática, burla qualificada, falsificação de documento e branqueamento de capitais, crimes com "elevadas molduras penais", notou o juiz.
Face ao facto de o arguido ser jovem e não ter antecedentes criminais, o Tribunal de Coimbra decidiu aplicar uma "atenuação especial" das molduras penais, para o qual também contribuiu a postura do ex-bancário ao longo de todo o processo.
"Percebe-se que o arguido é detetado numa situação simples, mas que rapidamente e através dele, se descobre tudo. Facilitou o trabalho de inspeção do banco e da investigação. Tudo foi feito com a confissão do arguido", sublinhou o juiz João Ferreira.
Os cinco anos de prisão, com pena suspensa, "só são possíveis porque a conduta e postura foi exemplar", conseguindo-se uma pena, em cúmulo jurídico, que permite, no limite, aplicar a suspensão da pena.
A suspensão pressupõe "o acompanhamento médico em Portugal ou no estrangeiro" (o arguido está a residir na Suíça) para tratar a dependência ao jogo e o pagamento de 300 euros mensais ao Montepio, determinou o juiz.
O Montepio já ressarciu os clientes, sendo que no início do julgamento o jovem comprometeu-se a pagar 300 euros mensais ao banco para restituir os 252 mil euros (caso a prestação não seja alterada, serão necessários 70 anos para ressarcir por completo o banco).