Condenado em liberdade condicional agrediu técnicas de reinserção social com barra de ferro
Duas técnicas de reinserção social foram agredidas, com um pé de cabra, por um condenado por violência doméstica, em liberdade condicional, que exigia ser atendido sem marcação, em Faro.
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A agressão ocorreu na tarde desta quarta-feira, em Faro, depois do condenado ter partido o vidro de entrada para aceder às instalações de uma das equipa de reinserção social do Algarve.
Faltavam cerca de 15 minutos para as 17 horas quando tudo aconteceu. O homem chegou às instalações da equipa de reinserção social e exigiu ser atendido sem ter qualquer marcação. As técnicas recusaram recebê-lo e aquele começou por partir, com o pé de cabra, o vidro da porta de entrada e avançou em direção ao local onde as profissionais trabalham. Uma vez aí, atingiu com o ferro uma das trabalhadoras, causando-lhe lesões na perna. Depois, atirou o pé de cabra em direção à coordenadora da equipa Algarve 1, só não a atingindo porque esta teve reflexos suficientemente rápidos para se desviar.
O condenado por vários episódios de violência doméstica preparava-se para continuar com as agressões, mas foi travado por outros condenados e funcionários que estavam nas instalações para serem entrevistados pelas técnicas de reinserção social, no âmbito do processo de acompanhamento a que estão obrigados.
Em seguida, foi acionada a PSP, contudo, quando os polícias chegaram ao local, já o agressor tinha fugido. Antes, porém, voltou a ameaçar as vítimas, garantindo que regressaria para continuar as agressões.
Sindicato exige policiamento
Ao JN, o presidente do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção Social e Serviços Prisionais, Miguel Gonçalves, exige medidas urgentes para impedir este tipo de agressões. “Queremos que todas as instalações da reinserção social tenham vigilância policial ou, no mínimo, a presença de um segurança”, refere.
Miguel Gonçalves recorda que, num mês, este é segundo caso grave. O primeiro teve lugar em Évora, onde, durante a noite, um homem tentou invadir as instalações e ameaçou a equipa responsável pela vigilância eletrónica de arguidos e condenados.
Estas equipas de reinserção social, além de seguiram os processos de violência doméstica, também fazem o acompanhamento de condenados já em liberdade condicional ou a cumprir pena em prisão domiciliária. Os condenados a trabalho comunitário também têm de se dirigir regularmente às instalações das equipas de reinserção social para serem avaliados.