Os três adeptos do Sporting detidos por participarem nas agressões aos elementos da claque portista têm um passado de violência. Um deles saiu da cadeia há poucos meses, após ter cumprido seis anos por tentativa de homicídio. Outro foi banido, durante 10 meses, dos recintos desportivos depois de um jogo na Luz.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, os detidos, com idades entre os 22 e os 26 anos, são suspeitos de terem atirado pedras e engenhos pirotécnicos contra o carro e os cinco adeptos portistas, na Alameda das Linhas de Torres, na terça-feira. Vítimas e agressores tinha assistido ao jogo de hóquei entre Sporting e F. C. Porto, no pavilhão João Rocha, em Alvalade.
No semáforo, as vítimas foram surpreendidas pelos agressores munidos de tochas e paus. Quatro ficaram feridas e duas delas tiveram de receber tratamento no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Segundo apurou o JN, uma das vítimas foi atingida com uma pedra na cabeça, mas, apesar de ter sofrido um traumatismo craniano, o seu estado de saúde já não inspira grandes cuidados. O veículo, totalmente tomado pelas chamas, ficou destruído.
Entretanto, o grupo de agressores fugiu, mas a PSP conseguiu capturar três dos suspeitos. Foram identificados durante um jogo de futsal no pavilhão João Rocha. Os vídeos que começaram a circular nas redes sociais, pouco depois da agressão, permitiram aos agentes especializados no combate à violência no desporto identificá-los. Usavam a mesma roupa e já eram conhecidos da Polícia.
Um dos suspeitos já tinha alvo de uma medida cautelar de interdição de entrar em recintos desportivos durante 10 meses. A sanção foi aplicada depois de o elemento do grupo casuals do Sporting ter utilizado engenhos pirotécnicos durante um jogo entre o Benfica e o Sporting, em 2023. Cumpriu a medida cautelar e voltou aos estádios. Outro, também já tem ficha policial por episódios de violência no desporto e o terceiro acaba de sair da cadeia.
O homem estava em liberdade condicional: tinha acabado de cumprir parte dos quase seis anos de cadeia a que fora condenado por uma tentativa de homicídio, cometida em 2018, na Grande Lisboa.
Os três suspeitos foram levados à esquadra, onde foram entregues à Polícia Judiciária, que tem a cargo a investigação por cinco crimes de homicídio qualificado na forma tentada, ofensas à integridade física qualificada, um crime de incêndio, de roubo e detenção e uso de armas proibidas.
A investigação da PJ vai agora procurar consolidar a prova já recolhida e identificar formalmente os restantes suspeitos do ataque. O inquérito também irá procurar estabelecer o que motivou o que parece ser uma agressão direcionada a estes cinco portistas.