Confirmada absolvição de professor que chamou "chalupa" a médica negacionista
O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou recentemente a absolvição do professor de Química aposentado da Universidade Nova de Lisboa Pedro Abreu que, em 2020, apelidou de "chalupa" e "maluquinha de Arroios" a anestesiologista Maria Margarida de Oliveira, fundadora do extinto movimento "Médicos pela Verdade".
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"Os textos escritos pelo arguido de modo satírico, em que critica a postura de alguns médicos que se assumiram publicamente como negacionistas, entre eles a assistente, sobre a relevante questão da covid e das políticas adotadas quanto a ela (...) , ainda que podendo conter expressões de sentido depreciativo relativamente à pessoa da assistente, não alcançam o patamar de gravidade social, que lhes poderia conferir dignidade penal", lê-se num acórdão, de 7 de maio, a que o JN teve acesso.
Na origem do processo por difamação estava uma série de publicações escritas pelo docente no seu perfil na rede social Facebook, visando Maria Margarida de Oliveira. Indignado com o facto de a médica defender "teses contrárias à ciência e às instruções das autoridades de saúde" e pela "ameaça que tal tipo de conduta constituía para a salvaguarda da saúde pública", Pedro Abreu insurgiu-se contra a fundadora daquele grupo, que desvalorizava a gravidade da covid-19, contestava o uso de máscara, o confinamento, o isolamento de casos positivos assintomáticos e até era contra os testes PCR.