O Tribunal da Relação de Guimarães manteve a pena de 13 anos de prisão aplicada, em 2022, ao militar da GNR António Sérgio Ribeiro, que levava uma vida de luxo à custa de burlas a idosos. Também a mulher, auditora de justiça e futura juíza, Soraia Rodrigues, viu confirmada a pena suspensa de quatro anos e meio.
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No acórdão de 5 de junho, com 842 páginas e a que o JN teve acesso, os juízes desembargadores notam que o arguido, além de ter a "ousadia" de pôr o pai a pedir dinheiro aos seus conhecidos de Mondim de Basto, "foi capaz de utilizar estas pessoas" para lhe emprestarem avultadas quantias, "por simples solidariedade (a maior parte das vezes sem quaisquer juros), apenas com o fim de lhe proporcionar e à sua mulher uma vida faustosa e milionária, com várias viagens ao estrangeiro, aquisição de roupa de marcas de luxo, de carros 'premium' da BMW e Porsche e idas a restaurantes de luxo".
Na decisão, os juízes referem que António Sérgio Ribeiro tinha apenas o "desejo inusitado de acesso ao luxo, com um completo desprezo para o modo como ficavam os ofendidos, pessoas humildes e de idade". "Para estes, estavam muitas vezes em causa as poupanças de uma vida", lembraram, realçando a atuação "prolongada" e sem que os dois arguidos tenham caído em si e analisado "criticamente toda a sua atuação e motivos".