A GNR encerrou uma creche ilegal, que funcionava em Lourosa e constituiu arguidos um homem, com 74 anos, e uma mulher, com 68 anos, por exercerem a atividade ilegal de creche residencial e por maus-tratos a menores. A mulher garante, no entanto, ter tudo legal e assegura que nunca maltratou qualquer criança.
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O espaço era frequentado por 13 bebés e crianças e a GNR apreendeu alimentos, um medicamento com o prazo de validade ultrapassado e veneno para ratos.
Segundo comunicado divulgado esta terça-feira pela GNR de Aveiro, as diligências foram efetuadas, na passada quinta-feira, por militares do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas de São João da Madeira.
No âmbito de uma investigação por maus-tratos a menores, "foi apurado que os suspeitos detinham uma creche ilegal, frequentada por 13 crianças com idades compreendidas entre os cinco meses e os seis anos, consideradas em risco", refere a Guarda.
Foi cumprido um mandado de busca domiciliária que culminou na apreensão de diversos géneros alimentícios fora de validade, um medicamento não sujeito a receita médica fora de validade, um saco com diversas pastilhas de veneno para ratos, uma ratoeira e diversos documentos fiscais.
As crianças foram retiradas da habitação e entregues aos pais, sendo sinalizadas junto da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Santa Maria da Feira.
A ação contou com o reforço dos Núcleo de Apoio Técnico de São João da Madeira e do Núcleo de Apoio Operativo de Aveiro.
Proprietária garante estar legal
A proprietária do espaço, Maria Helena Moreira de Castro, afirmou ao JN que exerce a profissão de ama de forma legal, e que toma conta de crianças "há 24 anos.
"Nunca tive problemas", assegura, acrescentando que passava recibos dos serviços prestados aos pais.
Maria Castro admite que "o espaço seja curto", mas garante que nunca maltratou qualquer criança.
"Nunca maltratei ninguém. Não aceito a acusação de maus-tratos. Foi uma acusação muito grave de uma mulher que aqui teve o filho". "Estou de consciência tranquila. Não fiz mal a ninguém".
Ana Júlia, uma das mães que ali deixava o seu filho de 15 meses, garante que "não tenho qualquer razão de queixa. Nunca maltratou as crianças".
"Muitos dos miúdos nem querem ir embora para casa. Ela cuida dos meninos como se fossem filhos dela e não tenho nada, mesmo nada a apontar à senhora", afirma a mãe do bebé.