
Rui Pinto é arguido num outro processo
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Rui Pinto foi recentemente acusado de 377 crimes informáticos. Entre eles está o roubo dos e-mails do Benfica, de outros clubes, mas também de magistrados e advogados. O criado do "Football Leaks" também continuar a ser investigado por suspeitas de outros acessos cometidos em Portugal e no estrangeiro.
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Rui Pinto que acaba de ser condenado a quatro anos de prisão com suspensão de pena ainda vai enfrentar dois processos em Portugal. Um, já com uma acusação deduzida com 377 crimes, que tem como “prato forte” o roubo dos e-mails do Benfica e outro, ainda em investigação, que se reporta a uma alegada espionagem informática de diversos escritórios de advogados, mas também de clubes de futebol, como o F.C. Porto. Além disso, Rui Pinto também pode ser alvo de acusações em vários países, onde estão sediados clubes de futebol que terá espiado. Real de Madrid, Manchester City, Inter de Milão ou Mónaco estão entre as sociedades desportivas que terão sido prejudicadas por piratagem informática.
A procuradora do Ministério Público (MP) Vera Camacho deduziu a acusação do segundo processo em que Rui Pinto em arguido no passado dia 4 de julho. Neste inquérito, o MP imputa 377 crimes ao criador do “Football Leaks”. Benfica, mas também juízes, procuradores, firmas da empresária angolana Isabel dos Santos, Autoridade Tributária, advogados do F.C. Porto e de Cristiano Ronaldo, bem como a Liga de Clubes estão entre o lote de 21 personalidades e entidades que Rui Pinto terá pirateado.
Só o Benfica exige uma indemnização de um milhão de euros ao criador do “Footbal Leaks” por danos na imagem, prejuízos pela exposição da vida privada e de dados sigilosos, além de perdas causadas no desempenho desportivo do clube e divulgação de segredos comerciais do futebol. A título particular, o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que se constituiu assistente no caso, reclama 31 mil euros, que, garantiu, iria doar a uma instituição de solidariedade social.
No mesmo despacho de acusação, a procuradora explica que a prova recolhida permite sustentar suspeitas de que Rui Pinto também tenha espiado clubes de futebol mundiais, mas também a própria FIFA e UEFA, sediadas na Suíça. Como tal, determinou que toda a informação recolhida deveria ser transmitidas as autoridades judiciais dos respetivos países para que, querendo, estas abrissem processos crime contra o alegado hacker.
Em Portugal, a investigação que visa Rui Pinto também continua. No mesmo despacho de acusação, Vera Camacho explica estarem em causa suspeitas de crimes informáticos que visaram dispositivos particulares de colaboradores do Clube Desportivo do Tondela, F.C. Porto, Clube Desportivo Nacional, Vaz Serra e Associados, Câmara Municipal de Cascais, a empresa Promovalor e advogados. A magistrada mandou extrair certidão para que fosse aberta uma investigação autónoma

