Os primeiros dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024 apontam para uma acentuada descida dos crimes de auxílio à imigração ilegal e de tráfico de pessoas. Também as agressões a polícias estão em queda.
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O ano de 2023 tinha sido um ano recorde de inquéritos por crimes ligados à emigração ilegal. Houve uma explosão do número de inquéritos, com mais 298 % de novas investigações abertas naquele ano. No que ao tráfico de pessoas diz respeito o aumento tinha sido de 68%, sendo que na vertente de exploração laboral verificou-se uma subida de 158 %.
No RASI de 2024, as autoridades verificaram um decréscimo de 29,6 % relativamente aos inquéritos sobre imigração ilegal do ano anterior. E no tráfico de pessoas foram menos 12 %, essencialmente nas áreas da agricultura em explorações sazonais, na construção civil, agropecuária e indústria têxtil. Ainda assim, o RASI revela ter havido um aumento de arguidos.
Recorde-se que, em 2023, a Polícia Judiciária lançou operações de grande envergadura para combater o crime de auxílio à imigração ilegal.
A 21 de novembro de 2023, a PJ fez buscas e detenções em Évora e Cuba, no âmbito da “Operação Espelho”. Resultaram dois processos distintos. Um já tinha tido acusação no ano passado, no outro foi deduzida acusação já este ano. Neste imputa, o Ministério Público imputa crimes a empresas e pessoas com idades entre 29 e 40 anos que atuariam sob a liderança do cidadão romeno Florentin Stinga, com ligações estreitas a cinco compatriotas seus, atualmente em prisão preventiva.
O modus operandi passou pelo aliciamento e exploração de trabalhadores da Moldávia, Roménia, Colômbia, Peru, Venezuela, Espanha e Marrocos. Dependendo das culturas sazonais, eram postos a trabalhar em várias zonas do Alentejo, mas também em Lisboa e Espanha.
Operações como esta podem ter contribuído para a explosão de casos, registados em 2023.