"Crimes estão a ser praticados de forma cada vez mais violenta", diz Carlos Moedas
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou, hoje, que os crimes na cidade estão a ser praticados de forma "cada vez mais violenta" e considerou haver muitas vítimas que não apresentam queixa por medo. O autarca comentava números, hoje conhecidos, que dão conta de uma descida na criminalidade.
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Carlos Moedas voltou a defender a possibilidade de a Polícia Municipal efetuar detenções e questionou os números, hoje publicados pelo Diário de Notícias, que dão conta da segunda maior descida da criminalidade em Lisboa numa década.
Dados a que o JN teve acesso e que dão conta de descida na criminalidade geral na área de responsabilidade do Comando Metropolitano de Lisboa (-8,9% nos totais do COMETLIS e 12,6% no concelho de Lisboa).
"Já no que respeita à criminalidade violenta e grave", revelou fonte oficial da PSP, "a descida é ainda mais vincada no concelho de Lisboa do que no resto da área de responsabilidade do COMETLIS (-10,41% em Lisboa e 1,4% no total do Comando)".
A área de responsabilidade do COMETLIS compreende a totalidade dos concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras e Odivelas e as zonas urbanas dos concelhos de Cascais, Loures, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
O autarca referiu que "uma coisa são as médias, outra são os casos concretos" e exortou: "Falem com os familiares das mulheres violadas [três vitimas desde o início do ano] ou os das vítimas do triplo homicídio [em outubro de 2024, perto de Santa Apolónia]. Por isso mantenho o apelo para a Polícia Municipal poder fazer detenções".
Para o presidente da Câmara de Lisboa, "há aqui uma politização de alguns partidos de esquerda que querem politizar esta notícia", ressalvando que, a ser verdade, "é uma boa notícia para a cidade".
Mas, sublinhou, "há pessoas que são atacadas e depois não vão à polícia por receio e isso não está nas estatísticas".
"Aquilo que digo é que os crimes estão a ser praticados de forma mais violenta. Agora é normal usar-se uma arma para roubar um relógio e há pessoas que têm medo de sair à noite. Não me estou a retratar sobre nada. Quem tem que se retratar é quem não quer reconhecer a realidade dos crimes praticados de forma mais violenta", disse.