O advogado do torneiro mecânico, de 34 anos, que confessou ter matado a soco e pontapé o antigo sogro, em Marvila, Lisboa, por acreditar que ele tinha abusado sexualmente da sua filha (neta da vítima) e por continuar a vê-la, contra uma ordem judicial, pediu a libertação do arguido. Este está em prisão preventiva desde fevereiro.
Corpo do artigo
Ao JN, o advogado, António Jaime, considera que os requisitos da prisão preventiva de Bruno Domingos são inválidos e que em causa pode estar não um crime de homicídio, mas de ofensas corporais, agravadas pela morte da vítima.
O crime ocorreu em janeiro, em casa da vítima, e Bruno foi detido a 9 de fevereiro, depois de se entregar à PJ. Um juiz pô-lo em preventiva, invocando perigo de continuação de atividade criminosa e alarme social.
"Não há perigo de Bruno voltar a matar. A vítima do crime foi o seu único alvo", contesta o advogado do arguido, que não tem antecedentes criminais. "Também não há razões para alarme social, pelas motivações do crime", acrescenta.
Por outro lado, como o cliente não usou armas, António Jaime acredita que o crime de homicídio será desqualificado para ofensas à integridade física agravada pela morte, que tem uma moldura penal inferior.
Arrombou porta a pontapé
Na noite do crime, 29 de janeiro, Bruno Domingos dirigiu-se ao apartamento de Luís Costa, no quinto andar do lote 222 da Rua Luís Cristino da Silva, em Marvila, e arrombou a porta a pontapé.
Dentro do apartamento, o torneiro mecânico desferiu socos e pontapés no rosto da vítima, que ficou inanimada no chão, numa poça de sangue. Ainda foi socorrida pelo INEM, mas faleceu no Hospital de São José.
Bruno fugiu, mas, no dia 8 de fevereiro, na companhia do seu advogado, entregou-se à Polícia Judiciária de Lisboa, assumindo a autoria do crime.