Deixou pianista a agonizar durante dias: "Dava-me mil euros em coca, não o matei por dinheiro"
Tribunal de Setúbal julga homicídio do pianista Pedro Abreu. Principal arguido confessou ter deixado vítima agonizar por raiva.
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Nuno Patrício, o homem que em fevereiro do ano passado matou o pianista Pedro Abreu, em Setúbal, confessou ontem em tribunal ter esfaqueado e deixado a vítima morrer em agonia, durante quatro dias. No banco dos réus e também em prisão preventiva está o cúmplice, Ângelo Taia, que negou ter participado no homicídio mas reconheceu ter atado pés e mãos do corpo do pianista, antes de o levar para um poço, na Moita, onde viria a ser descoberto. A namorada de Nuno, Ana Gonçalves, e um amigo destes, Paulo Rodrigues, são os dois outros arguidos e estão acusados de abuso de cartão de crédito e profanação de cadáver. Ontem, Nuno, considerado como o principal arguido, confessou o crime, mas negou a motivação apontada pelo Ministério Público: o roubo de 35 mil euros.
“Ele pagava-me mil euros por dia em cocaína, não queria roubar-lhe dinheiro porque ele era rentável. Matei-o por raiva, por ser intragável e por ter apresentado um queixa de furto da carteira e do telemóvel, quando foi ele que me deu aquilo para pagar dívidas da cocaína. Quando ficava pedrado, não conseguia fazer nada e era eu que usava a conta dele com a minha namorada.”