A Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA )afirmou que a situação nos quartéis está em "efervescência" e admite formas de luta que podem passar por protestos na rua, depois das eleições, se o Governo aproximar os salários da PSP e da GNR aos da Polícia Judiciária.
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"Nenhuma ação está posta de parte", admitiu ao jornal "Expresso" António Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos, estrutura que também critica a situação de mal-estar vivida nos quartéis, e que estará a mobilizar, sobretudo os militares com menos de 40 anos de idade, para formas de luta de maior visibilidade.
O descontentamento dos militares dos vários ramos das Forças Armadas terá sido apresentado no início do mês ao chefe da Casa Militar do presidente da República, o vice-almirante Sousa Pereira. "Há um grande fosso em relação às forças de segurança", terá avisado Antónia Mota, presidente da AOFA, no encontro, que decorreu em Belém.
"O próprio Presidente está a criar uma caldeirada muito grande, porque tem vindo a público dizer aos polícias que têm razão. Mas não temos ouvido o comandante supremo dizer rigorasamente nada sobre as Forças Armadas", afirmou António Mota.
Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.