Deputada do Chega Cristina Rodrigues acusada de apagar emails quando saiu do PAN
A atual deputada do Chega Cristina Rodrigues começa a ser julgada no próximo mês de maio por ter eliminado emails da caixa de correio do gabinete jurídico do PAN, quando se desvinculou deste partido, em 2020.
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O Ministério Público, que acusou a deputada em 2022 de acesso ilegítimo e dano informático, garante que a arguida quis “impedir o PAN de prosseguir a sua atividade política”. Tal como Cristina Rodrigues, uma advogada que também prestava serviço na Secretaria de Ação Jurídica (SAJ) do PAN foi acusada de dano.
De acordo com a acusação, a que o JN teve acesso, a atual deputada do Chega foi contratada para a SAJ em janeiro de 2015, como jurista. O contrato de trabalho cessou em agosto do ano seguinte, mas com a sua filiação no partido, acabou por assumir a coordenação da SAJ, tendo acesso a uma caixa de correio eletrónico, onde eram recebidas milhares de denúncias. O partido também lhe proporcionou um endereço de email do PAN com o seu nome.
Em 2019, Cristina Rodrigues foi eleita deputada. Mas entrou em rutura com o partido, saindo a 25 de junho de 2020, e passou a deputada não inscrita.
O MP garante que, por forma a impedir que o PAN e os seus responsáveis acedessem ao conteúdo dos emails da SAJ, “as arguidas, de forma concertada, entre os dias 24 e 25 de junho de 2020, removeram um número não apurado de mensagens de correio eletrónico da pasta “Inbox” para a pasta “Lixo” e, posteriormente, eliminaram o conteúdo desta última pasta”.
Além do mail do SAJ, a deputada também apagou os emails da conta que o PAN lhe tinha aberto.
“A arguida sabia que o referido email já não lhe pertencia, e ainda assim prosseguiu no seu comportamento, acedendo ao mesmo, utilizando credenciais que sabia já não lhe serem acessíveis”, argumenta o MP.
Até agora, o PAN apenas conseguiu recuperar 275 emails apagados e que eram correspondentes aos anos de 2015 a 2017, além de 2020.