Carlos Eduardo Reis, o deputado do PSD eleito pelo círculo de Braga acusado por crimes de corrupção do processo “Tutti-Frutti”, vai suspender o mandato no final do mês.
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Em entrevista à SIC Notícias, na noite desta sexta-feira, o deputado disse que não concordava com com a ideia de suspender o mandato. “A minha ideia era esperar que haja uma acusação definitiva”, disse Carlos Eduardo Reis, referindo-se à validação da acusação por parte de um juiz de instrução criminal.
Alegando que afastar-se da Assembleia pode ser visto como uma “presunção de culpa”, o deputado disse, no entanto, que não iria passar a deputado não-inscrito e que não fazia sentido estar no Parlamento sem a confiança política do seu partido. Recorde-se que o líder do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, tinha afirmado que Carlos Eduardo Reis tinha que suspender por não haver condições do “exercício do mandato”.
Carlos Eduardo Reis está acusado de 21 crimes, entre eles corrupção, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poder. O deputado era administrador de uma empresa, a Ambigold, que, para o Ministério Público, era contratada por juntas de freguesia de Lisboa como favor político e com adjudicações diretas fraudulentas.
Em Gaia, o vereador da câmara José Guilherme Aguiar foi acusado corrupção no processo Tutti-Frutti. Terá participado num esquema que permitiu à empresa Ambigold receber cerca de um milhão de euros dos cofres da autarquia, através de três clubes desportivos do concelho. Em troca, o parlamentar terá proporcionado apoio nas campanhas eleitorais autárquicas e chegou a pagar-lhe uma sondagem sobre a sua notoriedade no concelho.