O Sporting Clube de Braga pagou, na quarta-feira, 727 mil euros ao ex-diretor do Bingo Sebastião Campos, mas o custo total da decisão de o despedir, em 2008, é superior a um milhão de euros, com a liquidação do IRS ao Fisco e das contribuições para a Segurança Social, mais custas judiciais e honorários de advogados.
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Em março, o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou uma apelação do clube reclamando da nota discriminativa do valor em causa apresentada pelo Agente de Execução e das subsequentes decisões favoráveis do Tribunal de Braga e do Tribunal da Relação de Guimarães.
Em 2016, o SCBraga foi condenado a pagar 185 mil euros ao ex-gestor do Bingo – despedido em 2008 pela direção de António Salvador que fechou a estrutura -, verba que correspondia a 30 salários de 6.191 euros mensais.
O clube discordou da decisão, alegando que Sebastião Campos – defendido pelo advogado Nuno Albuquerque - tinha forjado os recibos daquele valor, e, desde então, intentou ações cíveis e crime contra ele, tendo-as perdido ao longo do tempo.
Agora, teve de lhe pagar 651 mil euros, a que acrescem 76 mil de juros compulsórios, até 2023. A este montante há que somar 215 mil de retenção na fonte para o Fisco e a segurança social, e várias outras parcelas.
Até agora, e de acordo com dados adiantados num recurso em 2023, o SCBraga já despendeu mais de 250 mil euros em custas judiciais e despesas com advogados.
O caso remonta a 2008, quando o presidente António Salvador encerrou o bingo, que dava prejuízo, tendo despedido 17 trabalhadores.
O clube reintegrou alguns e chegou a acordo com outros, mas não indemnizou o diretor da Sala de jogo, o qual, em 2008, intentou uma ação de impugnação de despedimento coletivo, no Tribunal, onde invocou a ilicitude do despedimento e alegou que detinha diversos créditos decorrentes de uma diminuição unilateral e ilícita da sua retribuição mensal.