Megaoperação da PSP visou os "Cavadora". Detidas 19 pessoas e apreendidas 120 mil doses de droga, 53 mil euros, carros e uma moto.
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O bairro do Aleixo, no Porto, especialmente a Torre 1, continua a atrair consumidores de droga de diversos pontos do país. Mas, na quinta-feira, ao fim de um ano e meio de diligências, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto deu ali um forte golpe no tráfico, detendo a quase totalidade de uma das mais conhecidas famílias daquele bairro, os "Cavadora", que se dedicava ao tráfico de estupefacientes. Na operação foram apreendidas cerca de 120 mil doses de droga (heroína, cocaína e haxixe), 1,5 quilos de material de mistura, cinco automóveis e uma moto de grande cilindrada.
Ao todo, foram detidas 19 pessoas (13 homens e seis mulheres), com idades compreendidas entre 26 e 53 anos, sendo que a quase totalidade deles são familiares e pertencem ao clã "Cavadora". Duas das pessoas foram detidas por posse de arma proibida, as restantes por tráfico de drogas.
Rivalidade violenta
O mais conhecido dos detidos é Fernando Miguel Lopes da Silva, de 43 anos, ou "Nando Cavadora". Entre diversas idas a tribunal e condenações por tráfico, Fernando e a sua família estiveram envolvidos, entre 2008 e 2010, em várias rixas, incluindo a tiro e à facada, com uma família rival do bairro, os "Panelas", num caso que originou um megajulgamento com 49 arguidos, no Tribunal de S. João Novo. A maioria dos arguidos acabou absolvida.
Agora, os agentes da DIC efetuaram 30 buscas domiciliárias, a maior parte das quais naquele bairro, mas também em casas na Maia e em Gaia que serviriam para guardar drogas.
Aleixo é um polo importante de abastecimento em toda a zona Norte do país
Mas, conforme salientou o comissário Afonso Sousa, da DIC, "parte significativa do estupefaciente apreendido estava em casas do bairro do Aleixo" e dos "Cavadora".
"É uma família que vive naquele bairro há dezenas de anos, onde tem uma grande influência e é conhecido o seu envolvimento no tráfico de droga. Aliás, o Aleixo é um polo importante de abastecimento em toda a zona Norte do país", referiu Afonso Sousa.
O comissário Afonso Sousa reconheceu que, apesar do rude golpe no tráfico, ele vai continuar na Torre 1. "É uma luta contínua e diária, mas a investigação é morosa e só agora reunimos as provas necessárias para avançar", disse.
Aquele oficial recordou as dificuldades inerentes a uma operação no Aleixo, com uma tipologia que dificulta a intervenção policiais. Daí que a operação tenha contado com 150 elementos da DIC e elementos do Corpo de intervenção.