
PSP deteve homem suspeito de burlas com esquema de "falso acidente"
Foto: Carlos Carneiro / Arquivo
Um homem de 42 anos simulava acidentes em parques de estacionamento e, depois, coagia as vítimas a entregarem-lhe dinheiro para as supostas reparações. Terá feito, pelo menos, 12 vítimas. Foi detido pela PSP e ficou em prisão preventiva.
O burlão escolhia as vítimas, principalmente idosos ou pessoas especialmente vulneráveis, em parques de estacionamento de grandes superfícies. Segundo a PSP, seguia as viaturas e "abordava-as de forma exaltada e intimidatória, acusando falsamente os condutores de terem provocado danos na sua viatura", exigindo de imediato dinheiro para as alegadas reparações.
Para reforçar a credibilidade da encenação, o suspeito simulava chamadas para oficinas e apresentava orçamentos fictícios. Em algumas situações, sem que as vítimas se apercebessem, chegou a provocar danos nas viaturas das vítimas com objetos pontiagudos para as convencer de que tinha havido um embate.
"Perante a pressão psicológica exercida, várias vítimas acabaram por entregar dinheiro em numerário ou por se deslocar, sob coação, a caixas ATM, bem como a realizar transferências através de meios eletrónicos", conta a PSP, em comunicado.
Uma investigação "prolongada e complexa" da PSP, que reuniu vários inquéritos que versavam burlas com esquemas de "falso acidente", conseguiu identificar um suspeito, um homem de 42 anos, detido fora de flagrante delito a 16 de dezembro.
"Os factos investigados revelam um padrão consistente de atuação criminosa, reiterado no tempo e geograficamente disperso, que causou elevado alarme social, afetando de forma particularmente gravosa cidadãos septuagenários e octogenários, legalmente consideradas vítimas especialmente vulneráveis", detalha a PSP.
Além da detenção do suspeito, foram realizadas buscas domiciliárias e a viaturas, que culminaram na apreensão de diversos elementos com relevância probatória, designadamente uma arma de fogo transformada, munições, quantias monetárias suspeitas de proveniência ilícita, equipamentos eletrónicos e a viatura utilizada de forma instrumental na prática dos crimes.
O detido foi apresentado à Autoridade Judiciária competente para primeiro interrogatório judicial, sendo-lhe aplicada a medida de coação mais gravosa de prisão preventiva. Está indiciado da prática de vários crimes de burla qualificada, coação agravada, dano e detenção de arma proibida.

