Um homem de 35 anos foi detido, na quarta-feira, por suspeitas de atear quatro fogos, no Algarve, no espaço de pouco mais de uma semana. O suspeito deslocava-se na mota de um familiar e utilizava combustível, com recurso a chama direta, para provocar os incêndios.
Corpo do artigo
De acordo com a Polícia Judiciária (PJ) de Portimão, que procedeu à detenção, "a motivação para o crime é desconhecida".
No dia 18, o suspeito terá causado três incêndios, entre as 14.30 e as 15.55 horas, junto à estrada, em diversas localidades nos limites dos concelhos de Lagos e Monchique, atingindo também o de Portimão. Dois deles próximos do Autódromo Internacional do Algarve. Esta semana, na quarta-feira, terá ateado outro incêndio em Bensafrim, Lagos.
A PJ explica, em comunicado, que "o suspeito, com recurso a chama direta, ateou os incêndios em zonas compostas por mato rasteiro (herbáceas e silvas), árvores de pequeno porte e canas" e escolhia "o período do dia em que as temperaturas apresentam valores mais elevados e humidade relativa mais baixa, o que agrava a perigosidade das chamas".
Os incêndios só não assumiram proporções maiores "devido ao pronto alerta dado por populares e à rápida e eficaz intervenção dos Bombeiros", acrescenta a PJ. Para se deslocar de forma mais rápida e fugir com maior facilidade, utilizou uma mota que a Judiciária diz pertencer a um familiar. O JN apurou que o motociclo foi visto por populares junto a alguns dos incêndios. As informações que forneceram às autoridades ajudaram na identificação e localização do suspeito, que acabou por ser detido, ontem, após sair de casa, em Lagos. Estava na posse de vários garrafões de combustível.
Ainda de acordo com a PJ, a investigação permitiu "a recolha de relevantes elementos probatórios que culminaram na detenção do suspeito, cuja motivação para o crime é desconhecida".
O detido, que tem antecedentes criminais por crimes de outra natureza, irá ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
A PJ contou com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução das Ignições em Espaço Rural do Sul, constituído por elementos da PJ, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.