Detido por atear fogo quando trabalhava com maçarico em eucaliptal de Tondela

O crime foi cometido na última segunda-feira, numa zona de eucaliptos que se insere "numa vasta mancha florestal, confinante com zonas urbanas". O dia 16 de junho foi um dos mais quentes deste ano, mas o homem fazia um pequeno serviço em casa e foi para uma zona de eucaliptos usar maçarico.

Terá sido por acidente que o fogo deflagrou. E o homem ainda tentou apagá-lo. Mas não conseguiu e, em pânico, refugiou-se em casa, sem alertar os bombeiros ou as autoridades.

Foram terceiras pessoas que se aperceberam do início do incêndio e deram o alerta. O caso só não adquiriu proporções mais gravosas pela rápida intervenção dos Bombeiros Voluntários de Tondela e Cabanas de Viriato, diz a Judiciária, recordando que, na segunda-feira, verificavam-se "condições de risco muito elevadas de incêndio, com temperaturas a rondar os 40.º e baixa humidade relativa, propícias a causar um incêndio de grandes dimensões".

Camilo Oliveira, inspetor com funções de coordenação na Diretoria do Centro da Polícia Judiciária, comenta ao JN que houve "imprudência" da parte do arguido. Do ponto de vista jurídico, não se tratará de um caso de mera negligência, mas de dolo eventual, em que o arguido tinha consciência do resultado que podia ter o uso de um maçarico num eucaliptal em dia muito calor, mas conformou-se com o mesmo, explica o responsável. 

O sexagenário, que teve um problema grave de saúde recentemente, está desempregado e não tem antecedentes criminais, foi apresentado, esta sexta-feira à tarde, ao Juízo de Instrução Criminal de Viseu, para interrogatório e aplicação de medidas de coação. No final, foi libertado apenas com a medida de coação de termo de identidade e residência.      

A PJ investigou o caso com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução das Ignições em Espaço Rural do Centro, bem como do Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Mangualde.