Amigos cometiam crimes nas estações da linha que liga Póvoa de Varzim ao Porto e foram detidos pela GNR. Recorriam a facas e ameaças para amedrontar passageiros indefesos e estão impedidos de andar de Metro.
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Dois jovens, de 17 anos, passaram os últimos meses a viajar de Metro à espera de uma oportunidade para roubar passageiros. Desde setembro do ano passado, cometeram, pelo menos, cinco roubos, nas estações da Linha B, entre Pedras Rubras e Vila do Conde. Em todos os crimes ameaçaram as vítimas, nalguns casos com recurso a facas. Ambos foram detidos, nesta segunda-feira, pela GNR e, depois de libertados, ficaram proibidos de voltar a andar de Metro.
O modo de atuar foi sempre o mesmo. Os dois amigos entravam num comboio do Metro e percorriam todas as estações da Linha B, que liga a Póvoa do Varzim ao Estádio do Dragão, na cidade do Porto, à espera de uma oportunidade para roubar. E só avançavam quando viam que um jovem se encontrava sozinho na estação ou para lá caminhava indefeso. Nessa ocasião, abandonavam a carruagem, rodeavam a vítima, ameaçavam-na, nalguns casos com facas, e roubavam tudo o que queriam.
Telemóveis, dinheiro, relógios, pulseiras e até cigarros eletrónicos foram retirados, à força, aos alvos. A dupla também obrigou diversas vítimas a entregarem peças de roupa de marcas conceituadas que vestiam aquando do assalto. Na posse dos bens, os jovens fugiam, muitas vezes no comboio do Metro que chegava, naquela altura, à estação.
O primeiro roubo foi cometido em setembro do ano passado e, desde então, as diligências do Núcleo de Investigação Criminal de Matosinhos da GNR permitiram identificar cinco crimes. No entanto, os militares suspeitam que foram realizados mais roubos pelos jovens detidos na segunda-feira, na sequência de buscas domiciliárias, durante as quais foi recuperado algum do material furtado. O restante terá sido vendido.
Pena de prisão suspensa por crime igual
Os dois jovens agora detidos são de nacionalidade brasileira, mas há muitos anos que estão a viver em Portugal. Residentes no Porto e na Maia, ambos possuem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime e um deles conta já com uma condenação a pena de prisão por roubar um passageiro do Metro de Lisboa. A pena foi, no entanto, suspensa.
E é liberdade que continuará, pois o juiz de instrução criminal ordenou que, tal como o comparsa, fosse libertado. Os dois amigos ficam, porém, obrigados a apresentarem-se todos os dias no posto policial da sua área de residência e proibidos de se contactarem e de contactarem as vítimas. Ficam, ainda, impedidos de aceder às estações do Metro do Porto em toda a rede.