Os três homens detidos na megaoperação da Polícia Marítima que levou à identificação de 243 imigrantes no Montijo e em Alcochete vão ser presentes esta sexta-feira à tarde no Tribunal do Barreiro para aplicação de medidas de coação.
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Um dos suspeitos falou em tribunal e os outros dois remeteram-se ao silêncio, apurou o JN. As medidas de coação devem ser conhecidas ao fim do dia. Em causa estão crimes de associação criminosa, exploração de mão de obra ilegal, contrabando, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Na operação, realizada esta quarta-feira, foram resgatados 243 imigrantes de origem asiática. As vítimas viviam em condições deploráveis em armazéns no Montijo e Alcochete desde há quatro anos. Pagavam cerca de 300 euros por mês para dormir em condições deploráveis em armazéns no Montijo e Alcochete desde há quatro anos. Todos os dias saíam para a apanha da amêijoa, que depois entregavam aos suspeitos nos próprios alojamentos.
Os imigrantes foram alojados temporariamente em pavilhões municipais no Samouco e Alcochete. A Segurança Social está a tratar do seu alojamento permanente.
Mais de 200 operacionais de autoridades portuguesas, holandesas e espanholas estiveram envolvidos nas operações.
Origem do bivalve era falsificada
A amêijoa do Tejo, cujo consumo é proibido devido às elevadas toxinas, era depois levada pelos suspeitos para um armazém em Setúbal, onde era falsificado o seu documento de origem, como do Sado e não do Tejo. As amêijoas do Sado são consumíveis desde que sejam sujeitas a depuração durante um mês, o que não acontece com as do Tejo.
Falsificada a origem do bivalve, este era exportado para o estrangeiro, Espanha e Holanda, onde era integrado no mercado de consumo com origem falsificada e com elevado perigo para a saúde pública.