Três homens, com idades entre os 21 e os 29 anos e residentes na Marinha Grande, furtaram, ao longo dos últimos três meses, dezenas de baterias de antenas usadas pelas operadoras de telecomunicações. Furtaram também baterias que asseguravam a o funcionamento das antenas do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), em casos de quebra de energia. O trio foi detido na madrugada desta quarta-feira, após ter efetuado mais cinco crimes.
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É um fenómeno recente e concentrado em Leiria, Porto de Mós, Marinha Grande, Alcobaça, Batalha e Caldas de Rainha. Era nestes concelhos que os três comparsas passavam noites a furtar baterias de grande dimensão e com o valor de centenas de euros cada uma.
Aqueles começavam por arrombar a vedação que protege as antenas de grandes dimensões pertencentes à MEO, NOS e Vodafone e, depois, cortavam a parte em metal da própria antena que impede o acesso direto às baterias. Por fim, retiravam as baterias e fugiam no carro que deixavam nas imediações.
Nalgumas situações, o trio atacou igualmente antenas que suportam o SIRESP, a rede de comunicações exclusiva do Estado português para o comando, controlo e coordenação de comunicações, em todas as situações de emergência e segurança. Sem baterias e em caso de corte da eletricidade que as alimenta, as antenas não tinham condições para assegurar as comunicações.
Detidos no final de noite de furtos
Este estratagema começou a ser implementado há cerca de três meses e acabou na madrugada desta quarta-feira, quando o grupo fez mais cinco furtos em Alcobaça, Leiria e Caldas da Rainha. No final do quinto furto, ocorrido nas Caldas da Rainha, os três homens foram surpreendidos pelo Núcleo de Investigação Criminal de Leiria da GNR, que já investigava este novo fenómeno criminal há dois meses. Os assaltantes estavam na posse de oito baterias e de diversas ferramentas utilizadas para concretizar os crimes.
Após a detenção, os suspeitos foram constituídos arguidos e libertados. Continuarão, no entanto, a ser investigados pela GNR, que tentará perceber quem é que comprava as baterias furtadas e qual era a utilização dada a este equipamento.
Tudo aponta que as baterias, usadas para manter as antenas de telecomunicações em funcionamento em casos de corte de energia, seriam adquiridas por intermediários com meios para as reintroduzir no mercado.