Pouco dias após ter sido tornada pública uma queixa-crime do presidente do Sporting contra responsáveis do F. C. Porto, no "caso da garagem", Rui Cerqueira, diretor de Imprensa dos azuis e brancos, também levou o assunto ao Ministério Público (MP), imputando crimes de difamação, falsas declarações e denúncia caluniosa a Varandas, aos diretores de comunicação, Imprensa e segurança, assim como a dois outros funcionários do clube de Alvalade. O "empate de queixas" vai ser decidido no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
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O jogo entre Porto e Sporting que terminou empatado a duas bolas, a 11 de fevereiro, teve direito a um "prolongamento" nas garagens do Estádio do Dragão, dando origem ao chamado "caso da garagem". Frederico Varandas queixou-se de ter sido vítima de uma espera por parte de responsáveis do F. C. Porto, após ter prestado declarações aos jornalistas na sala de Imprensa, onde apontou críticas a Pinto da Costa e ao árbitro da partida João Pinheiro.
24 segundos no local
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O líder leonino acusou Vítor Baía, Sérgio Conceição, Rui Cerqueira e Francisco J. Marques de ameaças, injúrias, ofensas à integridade física, dano e apropriação ilegítima de um telemóvel, assim como do cartão de cidadão e de outro bancário. Varandas garantiu que Cerqueira lhe deu uma palmada na mão, fazendo com que o telemóvel "caísse ao chão e desaparecesse". No dizer do presidente sportinguista, quis evitar que fossem filmados insultos de que estaria a ser alvo por parte de Vítor Baía.
Ora, na queixa que apresentou no DIAP do Porto, a que o JN teve acesso, Rui Cerqueira garante que, durante a confusão, nem sequer se aproximou de Varandas e que ficou apenas 24 segundos no local. Para provar as alegações, pede ao MP para visualizar as imagens de videovigilância do Dragão.
Cerqueira também garante que as testemunhas de Varandas, atestando a agressão do diretor de Imprensa do F. C. Porto, mentiram. Paulo Rosário, funcionário do Sporting, e Filipe Dinis, diretor de Imprensa, estariam de costas para Cerqueira. Também Paulo Almeida e Rui Pereira, ambos diretores de segurança substitutos nem sequer estariam no local.
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"Ao que parece, perenes de famosos sinais de fumo visíveis para efeitos de telepatia e não tendo olhos na nuca, sequentes sem académica superioridade que lhes permitisse descrever o que seja em relação ao denunciante [Rui Cerqueira]", ironiza o queixoso.
Para o diretor de Imprensa do F. C. Porto, Varandas e os outros denunciados difamaram-no num comunicado emitido pelo Sporting após o incidente, onde era garantido que "Rui Cerqueira abalroou de forma violenta o presidente do Sporting CP", para lhe retirar o telemóvel. Também garante que foi alvo de denúncias caluniosas, baseadas em falsas declarações às entidades desportivas e ao MP.
Justiça desportiva
O Conselho de Disciplina da Federação ditou para Vítor Baía uma suspensão de 25 dias, enquanto o diretor de Imprensa, Rui Cerqueira, foi castigado com 115 dias. Já Sérgio Conceição foi ilibado, uma vez que não foram provadas as acusações. Há recursos pendentes.
Varandas multado
A Federação sancionou o presidente do Sporting e o porta-voz leonino, Miguel Braga, pelas declarações proferidas após o jogo sobre Pinto da Costa e o árbitro João Pinheiro. O presidente dos leões vai pagar 2040 euros de multa, enquanto Miguel Braga foi suspenso 60 dias e multado em 10 200 euros. A SAD sportinguista foi multada em 20 910 euros.