Diretor-geral demitido pediu há mais de um ano contratação de guardas prisionais
O ex-diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa Gonçalves, revelou, nesta sexta-feira, que solicitou ao Governo a admissão de mais guardas prisionais há mais de um ano, mas que o concurso para a contratação destes profissionais foi sendo sucessivamente adiado.
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Só na quarta-feira, quatro dias após a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus, é que a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, anunciou o reforço da Guarda Prisional com 225 elementos.
“Desde o início [da nomeação para o cargo de diretor-geral] que foram feitos pedidos para a admissão de guardas. O pedido para a contratação de 225 guardas tem mais de um ano”, afirmou o responsável demissionário, em entrevista à RTP.
Recorde-se que, no final da reunião de quarta-feira, com os sindicatos da Guarda Prisional, Rita Alarcão Júdice anunciou que seriam recrutados 225 guardas prisionais através de um procedimento recentemente autorizado pelo Ministério das Finanças.
Diretor da cadeia não anunciou saída
Na mesma entrevista, Rui Abrunhosa Gonçalves também negou que tivesse sabido com antecedência que o diretor da cadeia de Vale de Judeus, Ribeiro Pereira, iria reformar-se em julho último, deixando o estabelecimento prisional sem liderança. “Não se sabia que se ia aposentar. [A substituição] ia ficar resolvida esta semana. Mas é complicado encontrar um diretor para Vale de Judeus”, assegurou.
Tal como havia feito na conferência de imprensa realizada após a evasão, Rui Abrunhosa Gonçalves afirmou que a eletrificação da rede de vedação de Vale de Judeus, que permitiria ter sensores de movimento em funcionamento, não estava operacional devido a questões técnicas.
E defendeu que, complementarmente com o sistema de videovigilância, as torres de vigia, que foram destruídas em 2017, seriam úteis para garantir a segurança da cadeia.