A discoteca Eskada ainda não foi notificada do encerramento decretado pelo ministro da Administração Interna, mas já não vai abrir portas esta segunda-feira à noite, garantiu fonte da empresa ao JN. José Luís Carneiro tinha ordenado o fecho imediato e urgente do espaço.
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Contactada esta segunda-feira pelo JN, fonte oficial do grupo Eskada contou que o espaço ainda não foi notificado do encerramento e que tiveram conhecimento da ordem pela comunicação social, nomeadamente pelo JN que avançou, em primeira mão, a notícia.
Segundo a fonte, a intenção do grupo é, no entanto, colaborar com as autoridades competentes na resolução dos problemas identificados, até porque, diz, "há uma série de postos de trabalho em causa que é necessário acautelar."
Para esta segunda-feira estava prevista a realização de uma festa com algumas faculdades parceiras, mas tal não se deverá realizar, pelo menos naquele estabelecimento de diversão noturna.
Entretanto, já após o contacto do JN, a discoteca emitiu um comunicado público onde reconhece que, "nos últimos tempos", aconteceram "algumas situações anormais", mas "fora do estabelecimento sem qualquer ligação ao Espaço Eskada ou aos seus funcionários".
Na nota, o espaço de diversão noturna garante que vai respeitar a decisão do despacho, apesar de não concordar com o encerramento temporário. Lamenta ainda que, "por diversas vezes", tenha solicitado, "sem sucesso", apoio às autoridades de segurança pública "para implementar medidas que ajudassem a eliminar e ou mitigar os problemas que ocorreram".
No domingo, o JN tornou público que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, decretou o encerramento imediato e urgente do espaço situado no número 611 da Rua da Alegria. Localizada no centro do Porto, a discoteca vinha sendo alvo de várias queixas, praticamente desde a sua abertura há cerca de uma década.
Nos últimos dois anos, os “frequentes incidentes com grave perturbação da ordem pública” e alertas da autarquia motivaram uma proposta de encerramento por parte da PSP que, após ouvido o presidente da Câmara, foi validada por José Luís Carneiro.
Além da ordem de encerramento, o ministro solicitou à Proteção Civil uma inspeção ao local e a verificação do cumprimento das normas de segurança contra incêndios em edifícios. A PSP tratará de assegurar o “acatamento e garantia do cumprimento das determinações agora decididas”. José Luís Carneiro pediu ainda à Câmara Municipal que avalie se a lotação prevista da discoteca se adequa ao espaço que lhe está afeto e, ainda, o respetivo horário de funcionamento.
A discoteca está aberta todas as noites com exceção de terças e domingos. Funciona das 23.59 até às 6 horas e seria, normalmente, após o encerramento do espaço, já na via pública, que ocorreria a maior parte dos desacatos e da violência. Os moradores queixavam-se da inação por parte das autoridades e até denunciavam terem sido alvo de ameaças.