PJ deteve homicida de 17 anos. Rixa entre grupos juvenis começou com insultos e ameaças nas redes sociais.
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Os confrontos de dois grupos juvenis rivais, que acabaram na morte de um adolescente, de 16 anos, na quinta-feira à noite, na estação da CP, na Amadora, tiveram como origem uma disputa por raparigas. O autor das três facadas, fatais para Marcelo Correia, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), na madrugada de sábado, depois do jovem, de 17 anos, se ter entregado. Ficou em prisão preventiva, na cadeia de Lisboa.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, os dois grupos, um de Chelas, Lisboa, a que pertencia a vítima, e outro de Queluz, em Sintra, de onde é o agressor, mantinham uma acesa disputa nas redes sociais. Namoricos e ciúmes na vida real levaram a troca de insultos e ameaças virtuais. Membros dos dois grupos de jovens rivais estariam interessados nas mesmas raparigas.
O tom foi subindo ao longo dos últimos dias até que os dois grupos decidiram marcar um confronto para tirarem satisfações e acertar contas.
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O chamado "beef" (encontro marcado exclusivamente para confrontos) foi agendado para quinta-feira, na estação da CP de Amadora. "Marcelinho", como era tratado pelos amigos, fazia parte do grupo de Chelas. Quando estes chegaram à estação, estaria já uma dezena de adolescentes de Queluz. Vários tinham facas.
Os confrontos duraram uma dezena de minutos, o suficiente para que "Marcelinho" fosse atingido com três facadas.
Às 20.13 horas, foi encontrado, já bastante debilitado, numa rampa de acesso ao átrio da estação. Foram passageiros a alertar o INEM e a PSP. Entretanto, tantos os amigos de "Marcelinho" como os elementos do grupo de Queluz fugiram. O óbito foi declarado no local.
A PJ recolheu logo as imagens de videovigilância da estação, o que permitiu rapidamente identificar o autor das facadas. Na mesma noite, os inspetores obtiveram as identificações e moradas da maioria dos jovens.
No dia seguinte, procuraram o suspeito, que se tinha posto em fuga e nunca mais foi a casa, situada num bairro de Queluz. As autoridades montaram discretas vigilâncias.
Sem saída possível, o jovem acabou por deslocar-se à sede da PJ em Lisboa, com o seu advogado, já na madrugada de ontem, onde confessou o crime. Alegou nunca ter tido a intenção de matar o jovem.
O Tribunal da Amadora colocou-o em preventiva.