Distribuidor vendia na reciclagem panfletos que devia entregar na caixa de correio
Foi apanhado pela GNR com 1500 quilos de papel. Burla foi cometida ao longo de ano e meio.
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Um homem, de 50 anos, era contratado por diferentes empresas postais para efetuar a distribuição de panfletos publicitários nos vários concelhos do Grande Porto. Só que em vez de meter os flyers nas caixas de correio, o indivíduo, residente em Vila Nova de Gaia, vendeu, durante ano e meio, o papel a centros de reciclagem. Nesta segunda-feira, foi apanhado pela GNR na posse de 1500 quilos de material publicitário e foi constituído arguido por burla qualificada.
Guardava panfletos em armazém
O homem fazia da distribuição postal a sua profissão e era contratado por diferentes empresas para entregar panfletos porta a porta. A maioria desse material fazia publicidade a produtos de supermercados e teria de ser posto nas caixas de correio de concelhos como Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos ou Maia.
No âmbito da tarefa para que tinha sido contratado, o indivíduo entregava, de facto, alguns dos panfletos que recebia das empresas, mas a maioria deles não chegava à população. Isto porque eram guardados num armazém situado em Vila Nova de Gaia, que o distribuidor usava para acumular grandes quantidades de papel.
Quando o espaço já armazenava quilos e quilos de papel, o indivíduo colocava tudo no interior de uma carrinha e dirigia-se a um centro de reciclagem para vender o material. Recebia, por cada quilo de papel, sete cêntimos.
Empresa descobre crime e apresenta queixa
A burla foi concretizada, pelo menos, ao longo de ano e meio e só foi descoberta quando uma das empresas de distribuição postal auditou o trabalho que vinha a ser realizado pelo seu colaborador. O resultado da fiscalização, que envolve a realização de perguntas a pessoas que constam da lista de clientes marcados para receber a publicidade, mostrou que a maioria dos panfletos não chegava ao destino.
A empresa formalizou, então, uma queixa na GNR, que deu origem a uma investigação que decorreu ao longo dos últimos 18 meses. Durante este período, os militares do Núcleo de Investigação Criminal de Matosinhos seguiram o distribuidor e recolheram provas do esquema por este montado.
Já nesta segunda-feira, surpreenderam-no junto ao armazém quando este tinha uma carrinha carregada com 1500 quilos de papel, que iria vender no centro de reciclagem por cerca de cem euros. De imediato, foi identificado e constituído arguido pelo crime de burla. Também a viatura foi apreendida.