Jorge Pereira, de 58 anos, o pai das duas jovens envolvidas na tragédia em Peniche não encontra qualquer explicação para a mais nova ter assassinado a irmã à facada. "Não sei porque é que ela fez isto", disse, esta quinta-feira de manhã, ao JN.
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A menor suspeita de homícidio foi detida ontem pela Polícia Judiciária depois de ter confessado a autoria do crime, supostamente cometido como vingança pelo facto de a irmã lhe ter tirado o telemóvel.
"Quando cheguei a casa, a mais nova dizia que a irmã tinha ido para Lisboa. Ela não saiu para Lisboa, nem para lado nenhum. Nunca saiu daqui", recorda, referindo-se ao facto de o corpo ter permanecido nas traseiras da residência durante o último mês.
De resto, Jorge Pereira, reformado por invalidez, admite que a relação das duas irmãs não era boa. "Andavam sempre à zaragata uma com a outra", revela.
Quanto à tragédia, revela-se já conformado com o desfecho. "O que é que [agora] vão investigar?", questiona. "Agora, não há nada a fazer", conclui.
Lara Pereira, com 19 anos, foi encontrada sem vida, em Peniche, e as autoridades detiveram a irmã da vítima, de apenas 16 anos, por homicídio qualificado. A rapariga estava desaparecida desde 15 de agosto e o corpo foi encontrado enterrado no quintal da casa. As duas desentenderam-se por causa de um telemóvel.
O corpo foi encontrado na noite de quarta-feira e não apresentava grandes sinais de decomposição. O cadáver foi exumado e conduzido para o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Gabinete de Torres Vedras para autópsia.