Doença de Salgado pode afetar futuro de todos os arguidos no BES, alerta defesa
A defesa da sociedade suíça Eurofin e dos seus acionistas, Alexandre Cadosch e Michel Creton, alertou, no segundo dia do julgamento do processo da queda do BES/GES, em Lisboa, que o que for decidido quanto à saúde do ex-banqueiro Ricardo Salgado, doente de Alzheimer, poderá influenciar o futuro dos restantes arguidos.
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O processo conta, atualmente, com 18 arguidos a quem foram imputados cerca de 300 crimes, uma parte dos quais em coautoria com o ex-presidente do BES, incluindo associação criminosa. Entre os restantes, está o de corrupção no setor privado, no qual Ricardo Salgado é a parte ativa e outros 11 ex-quadros do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES) são a passiva, por terem alegadamente recebido “prémios” para violarem os deveres funcionais e delapidarem o banco à custa dos clientes da instituição financeira.
“A questão de saúde de Ricardo Salgado não é indiferente a este processo, na medida em que todos aqui estamos à volta dele, em comparticipação [...]. Se ele não está em condições de se defender, não é um facto inócuo para as restantes defesas”, frisou esta quarta-feira, na sua exposição introdutória, o advogado dos três suíços, Tiago Rodrigues Bastos.