Dois cidadãos marroquinos estiveram presos preventivamente, por suspeita de terem feito dois assaltos a turistas, na Avenida dos Aliados, no Porto, em 2022. Esta quarta-feira, o Tribunal de S. João Novo condenou um deles a dois anos de cadeia, com pena suspensa, a absolveu o outro, por falta de provas.
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O primeiro dos roubos aconteceu à 6 horas da madrugada de 13 de março de 2022. Um cidadão dinamarquês, Bent Kanstrup, que circulava na Avenida dos Aliados, abeirou-se de Azzeddine Bougharga, um marroquino de 26 anos, para lhe perguntar onde poderia encontrar um táxi.
Nessa altura, e sem que nada o fizesse supor, Azzeddine deitou a mão a um fio que o turista levava ao pescoço e que tinha uma aliança de ouro pendurada. O gesto foi tão súbito que o dinamarquês não conseguiu reagir, apenas chamar a polícia, que, pouco depois, deteve dois homens, ambos de Marrocos, que negaram qualquer roubo.
Porém, a vítima reconheceria Azzeddine. Este foi revistado pelos agentes, que encontraram num bolso a aliança de ouro. O fio, atirado para o chão durante a fuga, apareceria depois. O outro detido, Omar, não tivera participação no crime, embora estivesse a poucos metros.
Três meses mais tarde, na madrugada de 24 de agosto, um casal de namorados, ele estrangeiro, acabava de entrar num Uber quando Azzeddine o tentou assaltar. Não o deixou fechar a porta e tentou furtar-lhe a mochila, onde tinha valores superiores a 1500 euros.
Porém, o turista não se deixou ficar e conseguiu fechar a porta, entalando a mão de Azzeddine. Vociferando de dor, o homem conseguiu soltar-se e encetou a fuga, com o amigo que, novamente, não participara nos factos. Seriam detidos minutos depois, tendo sido Azzeddine identificado pelas vítimas. O outro, Omar, foi detido porque também fugia e as autoridades encontraram uma faca escondida no seu vestuário.
Desta vez, os suspeitos foram presentes a tribunal e ficaram em prisão preventiva, suspeitos de um roubo simples e tentativa de roubo agravada.
Em tribunal o coletivo deu como provados o roubo simples e uma tentativa de roubo, também simples, porque não resultou provado que Omar tivesse participado, tão-pouco que exibisse a faca. Por isso, Omar foi absolvido, mas Azzedine foi condenado pelos dois crimes, na sua forma simples. Os juízes decidiram aplicar-lhe a pena de dois anos de prisão, suspensa pelo mesmo período