Dois traficantes de heroína asiática detidos no aeroporto de Lisboa numa semana

Esta nova tendência pretende contornar as dificuldades encontradas pelas organizações criminosas no Médio Oriente e está na mira das autoridades portuguesas.

O último caso aconteceu no domingo, dia em que foi detido um passageiro de 34 anos e natural da Letónia. O traficante embarcou na Tailândia, com duas mochilas carregadas de droga, metidas numa mala que foi enviada para o porão da aeronave, e fez escala no Dubai antes de aterrar em Lisboa.

Nesta altura, uma investigação internacional já o tinha identificado como membro de uma organização dedicada ao tráfico de droga e a PJ deteve-o à saída do avião. Vistoriada a bagagem, os inspetores contabilizaram 3,8 quilos de heroína dissimulados na estrutura das mochilas e confirmaram que o produto estupefaciente tinha cerca de 80% de pureza.

Este “anormal” grau de pureza permitiria que, depois de misturados com substâncias de “corte”, os 3,8 quilos fossem transformados em 20 e comercializados, a preço de retalho, por cerca de 350 mil euros.

O letão detido não tinha bilhete para abandonar Portugal, mas a investigação suspeita que o traficante seguiria viagem e levaria a heroína para o centro da Europa. Países Baixos seria o destino mais provável, mas Alemanha e França também eram hipóteses consistentes. 

Alemão partiu de Laos com droga na mala

Há uma semana, foi uma alemã a ser detida, também no Aeroporto Humberto Delgado, com 3,5 quilos de heroína. A passageira, de 64 anos, embarcou em Laos e fez escala em Hanói (Vietname) e Doha (Catar) antes de chegar a Lisboa. 

A droga estava escondida num fundo falso da mala de porão e, tal como agora, apresentava um elevado estado de pureza, que permitiria aumentar significativamente os 3,5 quilos iniciais.

Esta alemã e o letão detido no domingo ficaram em prisão preventiva, após terem sido interrogados pelo juiz de instrução criminal.