Armando Pereira e o seu homem de mão, Hernâni Vaz Antunes, terão montado teia de empresas para dissimular fortuna “saqueada” da multinacional em Portugal, França, Alemanha e EUA, através de comissões desviadas de fornecedores.
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É umas das linhas de investigação que poderá levar as autoridades francesas, alemãs e americanas a abrir inquéritos. O Ministério Público acredita que Armando Pereira e o seu alegado homem de mão, Hernâni Vaz Antunes, reproduziram o esquema de “saque” da Altice naqueles países e também na República Dominicana. O dinheiro do “saco azul”, proveniente de comissões suspeitas de fornecedores da multinacional seria canalizado para contas nos Emirados Árabes Unidos, tituladas por pessoas de confiança de Armando Pereira. Um deles é o seu compadre, David Benchetrit, pai de Yossi que é marido da filha do patrão da Altice.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Armando Pereira e Vaz Antunes montaram um esquema que passava por criar empresas que passariam a ser fornecedores privilegiados da Altice. Era equipamento de telecomunicações como mobiliário para escritórios e lojas, além de prestação de serviços. Pereira usaria a sua influência para canalizar os contratos para essas firmas e Vaz Antunes seria o gestor, ainda que com testas de ferro à mistura. As empresas controladas pelo homem de mão também seria impostas, enquanto intermediários, a fornecedores como a Huawei ou a Cisco. Para o MP, a intermediação era desnecessária e apenas destinada a sacar uma percentagem do negócio.