O dono do centro de estudos em Castelo Branco detido no dia 15 pela Polícia Judiciária (PJ) está indiciado de 20 crimes de abuso sexual de criança e um de maus-tratos, envolvendo 10 menores, informou esta sexta-feira a comarca local.
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Ao outro funcionário do centro, detido na mesma operação e ouvido também na qualidade de arguido detido, foi-lhe imputada a prática de cinco crimes de abuso sexual de criança, incidindo sobre dois menores.
A informação foi difundida pelo Conselho Superior da Magistratura, a pedido do juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco, Miguel Castro.
Segundo a mesma fonte, ambos os arguidos prestaram declarações, após as quais o tribunal considerou estarem “fortemente indiciados dos imputados factos”.
Pela “existência de perigo de perturbação do decurso do inquérito e de perigo de continuação da atividade criminosa”, os dois arguidos foram libertados, mas proibidos de contactar entre si, tal como de contactar, “por qualquer meio, direta ou indiretamente, com as crianças que frequentaram a entidade em que indiciariamente foram praticados os factos, nos anos letivos de 2023/2024 e de 2024/2025”.
Ficaram ainda proibidos de contactar por qualquer meio, direta ou indiretamente, com as testemunhas já identificadas e a identificar no processo, à medida que o forem”, tal como de frequentar ou permanecer a, pelo menos, 100 metros do centro de Estudos e das residências e escolas que as crianças envolvidas frequentaram.
O processo encontra-se a correr os seus trâmites sujeito a segredo de justiça, pelo que as instâncias judiciais não prestarão mais informações nesta fase.
Refira-se que a notícia da detenção destes dois indivíduos, de 34 e 24 anos de idade, causou alarme na cidade de Castelo Branco, mas também levou um grupo de pais de crianças que frequentaram e frequentam o mesmo centro de estudos a solidarizar-se com os professores suspeitos e a manifestar-lhes apoio. Esses pais afirmam-se “incrédulos” e consideram que, “se houve algum castigo, mesmo que aplicado de forma infantil ou irrefletida, não será motivo para este nível de classificação”, acreditando que “tudo não passará de um mal entendido”.