A GNR deteve, na manhã desta terça-feira, em Sobrado, Valongo e Rio Tinto, Gondomar, onze homens e uma mulher suspeitos de agredirem selvaticamente um homem, por motivos fúteis, numa fila de supermercado de Sobrado. A agressão, que decorreu diante de uma filha bebé da vítima, quase lhe custou a vida. Os suspeitos estão a ser ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
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Os detidos, com idades entre os 18 e os 60 anos, fazem parte de um clã que reside, na sua grande parte, no bairro do Baldeirão, em Sobrado. Tinham na sua posse armas de fogo, armas brancas e munições, além de dinheiro falso cuja proveniência está por apurar.
Os factos remontam a quarta-feira, 3 de setembro, quando Ricardo, a vítima, levou a mulher às compras a um minimercado no centro de Sobrado. Ricardo estava no carro com a filha, uma bebé de 2 anos, a aguardar pela mulher.
Entretanto, no interior da pequena superfície, começava um incidente cujo epílogo ninguém adivinhava. Uma mulher, pertencente ao clã do Baldeirão, travou-se de razões com outra cliente, por causa da fila na caixa. Insultos e puxões de cabelos depois, a algazarra veio para a rua, com a mulher de Ricardo a tentar pôr água na fervura.
O marido tentou retirá-la da contenda, mas não foi a tempo: "De repente, eram mais que as mães, surgiam homens de todo o lado, com paus e ferros nas mãos", contou ao JN quem viu. E quem apanhou foi Ricardo. Pauladas e ferros na cabeça, murros e pontapés, "caiu por terra e ficou como um Cristo", diz a mesma testemunha. Mesmo caído, os agressores não se condoeram e continuaram a agredir. Só pararam quando "ele estava como morto", assegura a testemunha.
Socorrido no local, foi conduzido ao hospital de S. João, onde foram diagnosticados vários traumatismos em todo o corpo, sobretudo cabeça e rosto. Teve de ser operado ao nariz e aos maxilares, onde faltavam vários dentes.
Suspeitos de ofensas à integridade física qualificada e agravada, a GNR conseguiu identificar os agressores pelas imagens recolhidas por câmaras de videovigilância.
O juiz de instrução criminal do Porto está a interrogá-los para decidir as medidas de coação.