
GNR tem capturado muitas garrafas com "droga do riso"
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Portugal é um dos países europeus onde o consumo de óxido nitroso, conhecido por “droga do riso”, mais cresceu e mais preocupações está a causar no Observatório Europeu da Droga que, nesta terça-feira, publicou o “Relatório Europeu sobre Drogas 2024: tendências e desenvolvimentos”.
O documento revela ainda que, no ano passado, 22.8 milhões de europeus consumiram canábis, quatro milhões experimentaram cocaína e mais de outros quatro milhões usaram drogas sintéticas como o MDMA ou anfetaminas. A maior potência deste tipo de drogas sintéticas é um dos perigos realçados pelo organismo com sede em Lisboa.
“Irlanda, França, Lituânia, Países Baixos e Portugal observaram um aumento da disponibilidade e utilização recreativa ou episódica de óxido nitroso”, lê-se no relatório. No mesmo documento, os especialistas europeus referem que esta “droga tornou-se mais acessível e mais barata”, existindo garrafas de óxido nitroso apenas destinadas “ao uso recreativo”.
“No entanto, as garrafas de grande volume podem aumentar o risco de lesões pulmonares, devido à maior pressão do seu conteúdo e, em geral, a inalação direta destas garrafas de gás está associada a um maior risco de lesões”, avisa o relatório.
O Observatório Europeu da Droga recorda ainda que “o óxido nitroso tem várias utilizações comerciais”, nomeadamente na indústria da restauração, e que é de venda livre. Acrescenta, todavia, que está a ser feito um esforço para controlar a venda da “droga do riso”. “Vários países da União Europeia, incluindo a Dinamarca, França, Lituânia, Países Baixos e Portugal restringiram a disponibilidade do óxido nitroso nos últimos anos”, sustentam os analistas.
Cocaína mata mais em Portugal do que no resto da Europa
O relatório europeu confirma também que Portugal tem uma das taxas europeias mais altas de mortes por overdose de cocaína. Dos 69 óbitos por consumo excessivo de droga, em 2022, 46 envolveram cocaína, o que significa uma taxa de 67%, superior à registada em Espanha (52%), Dinamarca, Países Baixos, Áustria ou Eslovénia.
Em Portugal também continuam a existir toxicodependentes a morrer devido a overdoses em que foi registado o consumo de heroína (42%), mas o sinal de maior perigo vem das mortes associadas a canabinóides sintéticos. Esta droga extraída da planta africana khat não provocou qualquer morte em 2021, mas, em 2022, quatro consumidores não resistiram aos seus efeitos. “Sete países com dados disponíveis comunicaram 27 mortes com catinonas sintéticas envolvidas em 2022, principalmente na Finlândia (13 casos), na Estónia (5 casos), em Portugal (4 casos), na Áustria (2), na Roménia (2) e na Eslovénia (1)”.

