Duas mulheres, de 30 e 25 anos, foram detidos por suspeita de pelo menos 20 burlas através do método "Olá Mãe/Olá Pai". As detidas, de nacionalidade estrangeira, terão conseguido sacar mais de 100 mil euros às vítimas.
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A investigação da Polícia Judiciária iniciou-se em meados de janeiro de 2023, após a apresentação, no mês anterior, de uma queixa-crime por burla/falsidade informática associada ao "modus operandi" "Olá Mãe/Olá Pai". Com o avançar das diligências, os inspetores conseguiram identificar as suspeitas, "titulares de várias contas bancárias e com registo em aplicações financeiras online de remessa de dinheiro/pagamentos".
No total terão recebido diretamente e indiretamente, através de outros burlões, um valor na ordem dos 98 mil euros, tendo sido possível identificar até ao momento pelo menos 20 casos, "número que certamente irá aumentar", adianta a PJ através de comunicado.
Na sequência das detenções e buscas domiciliárias realizadas apreenderam-se equipamentos informáticose de comunicações e vários cartões bancários. As detidas irão ser apresentes, amanhã, quarta-feira, para primeiro interrogatório judicial e aplicação da medida de coação tida por adequada.
O método "Olá Mãe/Olá Pai" passa por, através de mensagens da aplicação WhatsApp convencer as vítimas de que estão a ser contactadas pelos filhos, que por vários motivos, necessitam urgentemente de fazer um pagamento. Os burlões pedem então aos pais que lhes transfiram dinheiro ou efetuem pagamentos eletrónicos. Para evitar cair neste logro, a PJ recomenda:
- <p>Não tenha como certo que uma qualquer mensagem recebida foi enviada pelo filho/a ou familiar, mesmo que o perfil tenha a sua fotografia;</p>
- <p>Contacte o seu filho/a ou familiar por “voz”, através do número que têm registado, antes de fornecer informações ou efetuar qualquer pagamento;</p>
- <p>Caso não consiga contactar filho/a ou familiar não entre em pânico nem perca o discernimento. Certamente que um pagamento atrasado ou uma complicação financeira não tem de ser resolvida “na hora”;</p>
- <p>Se estiver confiante pode colocar questões ao “interlocutor” que só o seu filho/a ou familiar sabe; caso tente ligar verá que não atendem (por a voz não ser igual) com uma qualquer justificação posterior (por mensagem);</p>
- <p>Nunca efetue transferências para contas desconhecidas ou pagamentos para entidades indicados por “terceiros” que não certificou a identidade, conhece ou confia;</p>
- <p>Em caso de dúvida e antes de tomar qualquer iniciativa procure apoio/aconselhamento ligando para o Piquete da Polícia Judiciária.</p>