A Polícia Judiciária (PJ) realizou na terça-feira uma operação policial, visando a atividade de uma empresa nacional grossista, do ramo alimentar, higiene e limpeza, localizada na margem sul do Tejo, que terá lesado o Estado em cerca de 3,5 milhões de euros, tendo até à data sido constituídos oito arguidos.
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A investigação teve por base uma inspeção realizada pela Autoridade Tributária, "estando em causa factos suscetíveis de configurar o crime de fraude fiscal qualificada, nomeadamente IVA na modalidade de fraude de aquisição, praticados entre os anos 2015 e 2021", revela a PJ.
As diligências permitiram identificar uma rede de sociedades e de pessoas singulares, que simulavam aquisições e vendas de mercadorias no mercado nacional e no mercado comunitário, procurando aproveitar legislação relativamente à não liquidação de IVA entre estados membros da União Europeia.
De forma a camuflar a atividade da empresa, foram constituídas diversas empresas de “fachada” como forma de justificar a proveniência das aquisições.
As diligências, que incluíram duas magistradas do Ministério Público e dezenas de peritos da PJ e da Autoridade Tributaria, incluíram 17 buscas domiciliárias e 21 buscas não domiciliárias, nas quais se incluem gabinetes de contabilidade.
No decurso das buscas, que decorreram em várias localidades da margem sul, e também nas zonas de Lisboa e Porto, foi apreendido relevante material probatório que será objetivo de análise e perícia, bem como a quantia de 75 mil euros em numerário.
O inquérito é tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Évora.