O Ministério Público de Guimarães acusou oito pessoas dos crimes de associação criminosa, sequestro e roubo, praticados na residência de um casal em Barcelos por ordem de uma empresária local e da filha, que, por vingança, recorreram a um grupo de cadastrados.
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A acusação diz que a arguida, de 54 anos e de Barcelos, se dedica há vários anos, à semelhança da vítima, à confeção têxtil, “incluindo de material contrafeito, existindo entre ambas uma grande rivalidade e inimizade”.
Em 2020, a arguida foi alvo de uma inspeção da ASAE, que lhe apreendeu, a par de artigos contrafeitos, a quantia de 168 mil euros em numerário, tendo ficado convicta de que havia sido a concorrente a autora da denúncia. Desde então, a arguida planeou atacar a outra, contando com a ajuda da filha e com um dos funcionários mais próximos.
Os três planearam surpreender a vítima, Paula Cunha, e o seu núcleo familiar em sua casa, na freguesia de Igreja Nova, Barcelos, e de, através do uso de violência física e de terror psicológico, lhes subtraírem bens e valores.
Para tal, diz a acusação, contactaram uma outra mulher, também arguida, que era sua conhecida da contrafação e era companheira de um homem a quem conheciam a autoria de crimes e de roubo com arma de fogo. Este contratou então outros três homens com quem já cometera crimes e estivera preso.
Invadiram quarto dos donos da casa
Na madrugada de 23 de fevereiro, os quatro homens, de cara tapada e luvas, com um pé-de-cabra e de armas de fogo, saltaram o muro, invadiram a casa e dividiram-se entre os seus três quartos. Dois dos arguidos irromperam pelo quarto do casal dono da casa e, encontrando-o a dormir, logo lhes desferiram murros e bofetadas, sobretudo na cabeça, cara e tronco.
Por sua vez, um dos atacantes foi ao quarto da filha do casal e ordenou-lhe que ficasse calada e sentada.
Imediatamente após, dois dos arguidos foram ao quarto de um membro do agregado familiar, tendo-lhe dado uma pancada na cabeça com a coronha de uma arma, causando sangramento abundante.
O assalto envolveu ainda agressões e ameaças, manietação da vítimas, e resultou no roubo de dinheiro e de peças de ouro, estas avaliadas em 59 mil euros.
O Ministério Público pede, por isso, e apesar das peças de ouro terem sido recuperadas, a entrega ao Estado pelos arguidos de 64 mil euros.