Um empresário ligado ao ramo da música e espetáculos e portador do vírus da sida foi condenado a 11 anos de prisão pelo Tribunal da Relação do Porto por ter abusado sexualmente centenas de vezes, sem proteção, de uma menor desde que esta tinha 14 anos até aos 17. A vítima chegou a tentar pôr termo à vida.
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No total, o arguido, de 51 anos, praticou, pelo menos por 441 vezes, atos sexuais de penetração, sexo oral ou de masturbação, entre janeiro de 2020 e outubro de 2022. Em qualquer dos casos, não usou preservativo, mesmo sendo portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV). A menor não chegou a ficar infetada, mas teve de fazer um tratamento ginecológico. A adolescente vivia com a mãe e com o arguido e a companheira deste, após a progenitora ter acolhido o casal numa altura em que passavam por um período de dificuldades económicas. Quanto aos atos sexuais, estes decorreram na moradia da família, no Porto, e depois em Vila Nova de Gaia, para onde se mudaram, às vezes quando estavam pessoas em casa, ou no BMW do arguido.
Caso a menor se recusasse a fazer sexo, o empresário, que dizia ser médium e portador de poderes espirituais, ameaçava que algo de mal lhe podia acontecer ou à mãe. Sem saída, desesperada e sem poder para contrariar o empresário, a menor chegou a tentar suicidar-se. E quando chegou ao limite, em outubro de 2022, contou tudo o que se passava.