Empresário condenado a sete anos de prisão por importar cocaína escondida em milho
Um empresário de Oliveira de Azeméis foi, esta segunda-feira, condenado pelo Tribunal de Espinho a sete anos de prisão por tráfico de estupefacientes, na forma simples, na sequência da importação de cocaína escondida num carregamento de milho proveniente do Brasil.
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Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente afirmou que os factos essenciais apresentados pela acusação ficaram provados, nomeadamente a importação do milho dissimulando a droga no interior do contentor. Segundo a magistrada, a operação de remoção do milho para aceder aos sacos de cocaína demorou três dias, dada a sofisticação da ocultação.
Apesar da gravidade do caso, o coletivo de juízes absolveu o arguido e a sua empresa do crime de tráfico de estupefacientes agravado, por não ter sido possível apurar o lucro que o empresário pretendia obter com o transporte. “Estamos a falar de milhões de euros em droga, mas não sabemos qual era o lucro que o senhor iria obter com este transporte”, justificou a juíza.
A sociedade do empresário foi também condenada, tendo-lhe sido aplicada uma pena de 70 dias de multa, à razão de 300 euros por dia, totalizando 210 mil euros.
O arguido, que permanece em prisão domiciliária, deverá continuar nessa situação até ao final do prazo legal para apresentação de recurso.
A detenção ocorreu em setembro de 2024, no âmbito da operação “Vira Milho” da Polícia Judiciária, que resultou ainda na apreensão de 260 quilos de cocaína num armazém em Oliveira de Azeméis. De acordo com a PJ, a droga tinha chegado recentemente a Portugal por via marítima, camuflada num contentor com milho para moagem, oriundo de um país da América Latina.
As autoridades estimam que a quantidade de droga apreendida teria potencial para produzir cerca de 1,3 milhões de doses individuais, caso tivesse chegado aos circuitos de distribuição ilícita.