Empresário contratava toxicodependentes e pagava-lhes com cocaína e heroína que traficava
O sócio-gerente de uma empresa de jardinagem de Amarante pagava parte ou, em alguns casos, a totalidade dos salários de nove funcionários com heroína ou cocaína. Sujeito a julgamento, o arguido foi condenado a uma pena de seis anos de prisão, confirmada agora pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
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Os operários, na sua maioria com dificuldades socioeconómicas e dependência de drogas duras, ficaram cada vez mais submissos ao patrão, por dele dependerem para satisfazer o vício. Os factos ocorreram entre maio de 2020 e março de 2022. O empresário comercializava diariamente drogas duras, mas não para sustentar qualquer vício próprio, pois nunca foi consumidor. O seu objetivo era somente o lucro, tanto que o preço de venda que praticava era o dobro do de aquisição. Manteve-se nesta atividade durante quase dois anos, mesmo após uma primeira apreensão de drogas, em junho de 2021.
O arguido tinha um número considerável de compradores e estendia a sua atividade de venda a mais do que um concelho. Tinha até criado uma conta na rede social Facebook, reunindo ali um grupo de 75 membros que recorriam frequentemente a esta via para agilizarem a compra de produto.