Elad Dror, o empresário suspeito de corrupção no âmbito da Operação Babel, resignou de forma voluntária ao cargo de CEO da Fortera, anunciou esta manhã de quarta-feira o grupo. O Ministério Público acredita que o israelita terá subornado o vice-presidente da Câmara de Gaia para ter tratamento preferencial. A Fortera garante que foi convidada pela Autarquia.
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Através de comunicado, a Administração da Fortera diz que foi apanhada de "surpresa" pelas "alegações e acusações que surgiram". Acusações que, acredita, "se revelarão infundadas, pois nunca houve qualquer envolvimento do Grupo Fortera em quaisquer ações que pusessem em causa os seus investimentos no país".
A empresa confirma que, tal como havia prometido perante o juiz de instrução, o CEO do Grupo, Elad Dror, "irá resignar ao cargo com efeitos imediatos de forma voluntária", permitindo assim "que a empresa possa continuar a sua atividade sem quaisquer interferências do e no processo em curso, que estimamos que termine sem mais acusações". O novo CEO será anunciado na próxima semana.
Entregou passaporte e um milhão de euros para ficar livre
Recorde-se que, na passada sexta-feira, Elad Dror foi libertado pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto a troco do pagamento de uma caução de um milhão de euros e a entrega do seu passaporte. Foi um dos cinco arguidos detidos pela Polícia Judiciária na Operação Babel.
Segundo um comunicado da PJ, estão em causa crimes de recebimento ou oferta indevida de vantagem, corrupção ativa e passiva, prevaricação e abuso de poder, praticados por e sobre funcionário ou titular de cargo político.
O processo principal centra-se "na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário".
Fortera diz que foi convidada pela Autarquia para fazer Skyline e Centro de Congressos
Relativamente ao projeto Skyline e ao Centro de Congressos de Gaia, que estão debaixo da mira das autoridades, a Administração frisa que os mesmos "foram iniciados e apoiados" pela Autarquia.
E acrescenta mesmo que "o envolvimento do Grupo Fortera no projeto Skyline deriva de um convite a si endereçado para construir um Centro de Congressos com capacidade para 2.500 pessoas. Em troca, foi concedida à empresa a capacidade de construção e respetivas isenções fiscais, sujeitas à aprovação pela Assembleia Municipal e sujeitas à discussão pública, tal como previsto na lei".