O antigo contabilista de um empresário que começou a ser julgado esta segunda-feira, em Coimbra, por fraude fiscal na compra e venda de automóveis, garante que os documentos solicitados pela Autoridade Tributária foram entregues, contrariando a acusação.
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Segundo concluiu o Ministério Público, o arguido, aquando de uma ação inspetiva, não disponibilizou documentos relacionados com a faturação e contabilidade da empresa, mas o seu antigo contabilista, ouvido pelo Tribunal, diz o contrário.
"O inspetor da Autoridade Tributária esteve no meu escritório duas semanas e teve acesso à documentação", assegura, sendo, no entanto, contrariado pela procuradora do Ministério Público, segundo a qual os documentos acedidos não eram os solicitados.
O antigo contabilista assume estar "chateado" com o arguido, devido a problemas nos pagamentos e no acerto de contas, mas entende "não ter havido intenção" deste ter fugido ao fisco.
O arguido, de 46 anos, está a ser julgado por uma fraude fiscal que poderá ter lesado o Estado em 2,9 milhões de euros em 2017 e 2018. O empresário comprava carros na Alemanha e vendia em Portugal, quase em exclusividade para uma empresa nacional.
Segundo a acusação, a empresa nunca apresentou qualquer documento de contabilidade ou de suporte da atividade, tendo acabado por cessar a atividade, apenas para efeitos de IVA, em abril de 2018, nunca tendo restituído os valores deste imposto entre 2017 e 2018.
O arguido optou por não prestar declarações no início do julgamento.