José Pires, 52 anos, foi encontrado morto no interior da mala de um Fiat 500, esta tarde de domingo, em Braga, por populares. A PJ encontra-se no local.
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O corpo do empresário ligado ao tráfico de droga e ao caso Noite Branca estava no interior de um carro, estacionado na Rua Abade da Loureira, na freguesia de São Vicente, há duas semanas, apurou o JN.
O odor nauseabundo e um líquido suspeito a escorrer da viatura causaram estranheza entre populares que, após abrirem a bagageira, se depararam com um cadáver.
José Pires, mais conhecido por Pirinhos, tinha desaparecido no passado dia 26 de maio. A família temia que fosse alvo de um sequestro ou de um ajuste de contas por causa de negócios ligados à droga.
O cadáver já foi removido para o Gabinete Médico-Legal e Forense do Cávado.
Raptado e torturado em 2009
Em novembro de 2009, José Pires foi raptado por quatro homens armados à porta de uma boîte em Vigo, Espanha, e levado para Vidago, Chaves, onde foi brutalmente agredido e torturado.
Foi encontrado gravemente ferido numa ribanceira, com os pés e mãos atados, os olhos vendados e as calças descidas até aos joelhos. A 150 metros estava o seu carro a arder. As autoridades desconfiaram logo de um ajuste de contas ligado ao tráfico de droga, mas "Pirinhos" manteve-se em silêncio e chegou mesmo a fugir do hospital.
Quatro pessoas, incluindo Hélder Bianchi, líder do gangue de Valbom, e um elemento do gangue de Miragaia, seriam acusadas da tentativa de homicídio de "Pirinhos". Porém, em junho de 2013, "dúvidas inultrapassáveis" e um testemunho "muito pouco credível" da vítima sobre o reconhecimento dos suspeitos e o motivo de crime levaram à sua absolvição.
Testemunha na Noite Branca
Antes, José Pires, que tinha um stand de carros em Paredes, fora uma das testemunhas de acusação contra Bruno Pidá, no processo Noite Branca, nomeadamente no caso do homicídio de Ilídio Correia, do grupo de Miragaia.
No julgamento, "Pirinhos" disse que em agosto de 2007 tinha sido alvo de uma tentativa de extorsão por parte de Ilídio e o irmão Natalino. Pidá interveio em sua defesa, gerando um momento de tensão entre os grupos de Miragaia e da Ribeira na discoteca La Movida. Nesse mesmo verão, a noite do Porto foi abalada pelos homicídios do caso Noite Branca.