Empresário que explorou família de imigrantes em hotel do Minho vai para a cadeia
O empresário que foi detido pela Polícia Judiciária do Porto por suspeitas de ter explorado uma família de origem brasileira, num hotel em reconstrução em Terras de Bouro, no Minho, foi colocado em prisão preventiva pelo Tribunal de Guimarães.
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Além da medida de coação mais gravosa, o juiz também proibiu o homem de contactar as vítimas, seja por que meio for. A família, composta por oito adultos e duas crianças, terá sido aliciada no Brasil pelo empresário, de 55 anos. Prometendo bons salários e auxílio na regularização da permanência na Europa, levou as vítimas para a Bélgica em 2022, onde permaneceram dois anos. Lá, trabalhavam em obras e na manutenção de jardins, recebendo apenas comida e dormida em troca de longas jornadas de laboração.
Após uma breve passagem por Espanha, no início deste ano, o empresário trouxe a família para Portugal. No Minho, na zona de Moimenta, em Terras de Bouro, o homem tinha adquirido um hotel abandonado e precisava de realizar obras de remodelação para abrir ao público.
Tal como na Bélgica, as vítimas eram ameaçadas de que seriam expulsas do país se fossem queixar-se às autoridades. Por outro lado, o empresário também garantia à família que pagaria os ordenados atrasados, mantendo-a assim na esperança de receber.
“A situação foi reportada pelas próprias vítimas, que fugiram do local onde se encontravam alojadas pelos suspeitos, estando sujeitas a jornadas de trabalho longas, sem a devida remuneração e sem que possuíssem qualquer título de residência ou visto de trabalho que lhes permitisse trabalhar”, indica a PJ, que deteve o empresário, também de nacionalidade brasileira, por existir perigo de fuga.
Em causa estão crimes de tráfico de pessoas para exploração laboral, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão de obra ilegal e utilização da atividade de mão de obra estrangeira ilegal.