O Tribunal de São João Novo, no Porto, absolveu esta terça-feira um enfermeiro reformado que tinha estado em prisão preventiva durante dez meses, pela suspeita de ter violado a companheira, uma colega de profissão brasileira, com cerca de 35 anos, que conheceu, no ano passado, através da rede social Facebook.
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O homem, divorciado e com 65 anos, foi preso preventivamente em 7 de fevereiro deste ano e só seria libertado na primeira sessão do julgamento, no dia 5 deste mês. Sempre negou os crimes de violação agravada, violência doméstica e dano pelos quais foi acusado pelo Ministério Público. “Desculpe, vou ser duro. O senhor foi à procura do eldorado, de algo diferente, de sangue novo, mas foi bem enganado, em simples e em bom português. E, volta e meia, quando se apercebia de que estava a ser enganado, passava-se, insultava. Não sei se fazia mais alguma coisa, ou não, se calhar fazia, aqui [no tribunal] é que não ficou provado, porque senão o senhor ia ser condenado”, declarou o juiz que presidiu ao julgamento, recordando, quanto às injúrias alegadamente proferidas pelo arguido, que as mesmas não podiam ser julgadas porque não foi deduzida acusação particular pela ofendida, que ontem não marcou presença no tribunal.
O juiz observou que não considerava a mulher vítima, mas “uma oportunista”, que só não obteve “mais benefícios porque não calhou”.