A Procuradora-Geral da República (PGR) criou uma equipa especial de polícias e magistrados que se vai dedicar em exclusividade à investigação da Operação Influencer, que levou à queda do Governo, há cerca de mês e meio. O inquérito oficialmente foi dividido em três partes.
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A equipa vai integrar dois inspetores da Polícia Judiciária (PJ), entidade até então colocada à margem do inquérito, assim como dois elementos da Autoridade Tributária (AT) e três agentes da PSP vão integrar a equipa, passando ainda a contar com dois especialistas do Núcleo de Assessoria Técnico (NAT) da PGR, que tamém vão trabalhar em exclusividade no caso.
“Ao longo das últimas semanas foi avaliado o acervo de elementos de prova, designadamente digital, a demandar análise, por forma a determinar os meios necessários à investigação, sendo certo que a complexidade e a natureza dos factos determinam que sejam criadas condições em vista a que aquela se desenvolva com celeridade, de modo integrado e coordenado, com reforço da capacidade e da eficácia de resposta”, adianta uma nota de imprensa da PGR, enviada para as redações esta quinta-feira à noite.
A PGR informou também que a equipa de três magistrados do Departamento Central de investigação e Ação Penal (DCIAP) até então dedicada ao inquérito vaio ser alargada. Com a separação da Operação em três inquéritos distintos, a PGR decidiu afetar quatro magistrados à investigação sobre o projeto de construção de “Data Center” de Sines, três no inquérito respeitante às concessões de exploração de lítio nas minas de Montalegre e Boticas e dois na investigação ao projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines. Recorde-se que aquando da apresentação dos detidos ao TIC de Lisboa, o Ministério Público já tinha informalmente separado os processos.
Na mesma nota, o Ministério Público adianta ter recorrido da decisão do juiz de instrução criminal do Tribunal de Lisboa, que libertou todos os arguidos. Vítor Escária, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, e Diogo Lacerda Machado ficaram proibidos de se ausentarem do país, sendo que o consultor, amigo de António Costa, teve ainda de prestar uma caução de 150 mil euros.
A empresa Start Campus fica obrigada a pagar 600 mil euros no prazo de quinze dias. O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, os dois administradores da Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves ficam com termo de identidade e residência.
Sobre a investigação que visa António Costa, Lucília Gago explica que os magistrados do DCIAP titulares do inquérito irão coadjuvar o procuradora-geral adjunto do Supremo Tribunal de Justiça para “que os processos prossigam termos articuladamente”.