Dois seguranças da SPDE que estiveram na assembleia-geral do F. C. Porto a 13 de setembro admitiram que houve momentos em que perderam o controlo da situação e várias pessoas sem pulseira furaram a fila do P1 e entraram indevidamente no pavilhão. Eram dez ou doze vigilantes, "poucos para tudo o que estava a acontecer”.
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Eduardo confirmou, em mais uma sessão do julgamento da "Operação Pretoriano" que não estavam à espera de tantas pessoas. O segurança da SPDE, que estava na fila de acesso à credenciação, no P1, teve a noção de que os dez ou doze elementos destacados para o evento não conseguiam controlar a multidão. “Foi uma quantidade de gente enorme e nós éramos poucos para tudo o que estava a acontecer”. Houve ali um aglomerado de pessoas a tentar entrar onde eu estava e eu tentei gerir da melhor maneira o acesso delas à mesa”, explicou, na sala de audiência do Tribunal de São João Novo, no Porto.
“Houve momentos” em que a situação saiu do seu controlo e teve de deixar entrar pessoas de um grupo onde estava Fernando Madureira, porque “já não conseguia fazer nada”. O seu chefe da SPDE estava naquele local, mas não fez nada.
Eduardo disse que não viu quem roubou a caixa das pulseiras, atrás da mesa da acreditação. A procuradora confrontou-o com as declarações prestadas em sede de inquérito em que dissera que tinha visto Fernando Madureira a receber pulseiras e entregá-las na fila a quem entendia. O segurança manteve que viu, já no exterior, Fernando Madureira e Hugo Polaco com pulseiras na mão. Porém, em tribunal, disse que não os viu a entregar a ninguém, “pelo menos à sua frente”. A procurado avisou-o de que, perante declarações tão díspares, podia ser alvo de um processo. “Está com medo?”, questionou. O segurança manteve que não viu ninguém a roubar a caixa das pulseiras ou a entregá-las. Apenas que as vira na mão de Fernando Madureira.
“O senhor tem noção de que pode perder o emprego?”, reforçou a procuradora, o que mereceu um coro de oposição por parte dos advogados dos arguidos que ali viram uma intimidação. “Apenas estava a tentar ajudar a testemunha. Peço então que se extraaa certidão”, requereu a procuradora.
Um outro segurança contou que viu Vítor Catão em frente a uma cancela do parque de estacionamento do estádio a dizer a um carro com jornalistas da SIC que não iam entrar. Roberto Carlos foi lá pedir para ele sair e ele saiu. Os jornalistas optaram por não entrar e foram embora, contou.
O segurança admitiu que “eram poucos, para aí uns dez”, para as funções que tinham de fazer. Roberto Carlos viu Hugo Polaco no interior do Arena com várias pulseiras, mas não o viu a dá-las. “Não deixei entrar ninguém sem pulseira e insultaram-me. Depois abriram uma segunda porta e aí não tive controlo”, explicou.
Durante a AGE, Roberto Carlos esteve junto ao ringue do Arena enquanto decorreu a AG. Apercebeu-se de uma confusão na bancada, mas, quando lá chegou, já estava tudo separado e não soube dizer quem é que agrediu quem. O segurança contou que gostava de ter feito mais, mas eram “poucos para tudo o que estava a acontecer”.